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Câncer de pâncreas

Tabagismo, pancreatite crônica, ser do sexo masculino, ter diabetes de longa data são fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pâncreas.

Alguns sintomas característicos incluem dor abdominal, perda de peso, icterícia e vômito.

Tomografia computadorizada, ultrassonografia endoscópica ou exame de imagem por ressonância magnética são técnicas diagnósticas.

Normalmente, o câncer de pâncreas é fatal.

A cirurgia pode curar as pessoas, caso o câncer não tenha se disseminado.

pâncreas é um órgão localizado na parte superior do abdômen. Produz sucos digestivos que são secretados no trato digestivo. O pâncreas também produz insulina, que ajuda a controlar a glicose no sangue. Aproximadamente 95% dos casos de tumores cancerosos (malignos) do pâncreas são adenocarcinomas. Os adenocarcinomas têm geralmente origem nas células glandulares que revestem o canal pancreático. A maioria dos adenocarcinomas ocorre na cabeça do pâncreas, a parte que se encontra mais perto do primeiro segmento do intestino delgado (duodeno).

Localizando o pâncreas

O adenocarcinoma do pâncreas tem se tornado cada vez mais comum, e estima-se que sua incidência seja de aproximadamente 55.440 casos por ano, causando aproximadamente 43.330 mortes. O adenocarcinoma normalmente não se desenvolve antes dos 50 anos. A idade média no diagnóstico é de 55 anos.

Os fatores de risco para câncer de pâncreas incluem:

 

Tabagismo

Pancreatite crônica

 

Obesidade

Ser do sexo masculino

Estes tumores são quase duas vezes mais comuns entre homens. O adenocarcinoma do pâncreas é entre duas a três vezes mais frequente em fumantes do que em não fumantes. Pessoas com pancreatite crônica também correm mais risco. Pessoas cujos parentes têm o distúrbio também podem correr maior risco. Diabetes de longa data pode ser um fator de risco. O consumo de álcool e de cafeína aparentemente não representa um fator de risco.

Tipos raros de câncer de pâncreas

O cistadenocarcinoma do pâncreas é um tipo pouco frequente de câncer de pâncreas que se desenvolve a partir de um tumor não canceroso (benigno) cheio de líquido, chamado cistadenoma. Este tumor causa, geralmente, dor abdominal e pode atingir tamanho suficiente permitir sua identificação pela parede abdominal. O diagnóstico é geralmente feito por meio de um tipo especial de tomografia computadorizada (TC) do abdômen ou por um exame de imagem por ressonância magnética (RM). Apenas 20% das pessoas com este tipo de câncer já têm tumores com metástase (disseminação) no momento da cirurgia. Assim, o cistadenocarcinoma tem um prognóstico muito melhor do que o adenocarcinoma. Se o câncer não tiver se disseminado e se o todo pâncreas for removido cirurgicamente, a pessoa tem uma chance de sobrevida de cinco anos de 65%.

O tumor papilar-mucinoso ductal é um tipo raro de tumor pancreático, caracterizado pelo aumento (dilatação) do duto pancreático principal, pela produção excessiva de muco, por episódios recorrentes de pancreatite e por causar dor de forma ocasional. O diagnóstico é feito por TC e, ocasionalmente por outros exames de imagem. Esses tumores podem progredir e transformar-se em câncer, porém uma vez que os exames diagnósticos não conseguem diferenciar entre as formas cancerosas das não cancerosas desse tipo de tumor, a cirurgia é a melhor opção de diagnóstico e tratamento para todas as pessoas com suspeita de terem esse tipo de tumor. Pessoas com tumores não cancerosos que realizaram cirurgia têm uma chance de sobrevida de cinco anos superior a 95%. Pessoas com tumores cancerosos têm uma chance de sobrevida de cinco anos entre 50% a 75%.

Sintomas

O adenocarcinoma do corpo ou da cauda do pâncreas (zona intermediária do pâncreas e a mais afastada do duodeno) é geralmente assintomático até o tumor atingir certa dimensão. Por isso, no momento do diagnóstico, o tumor já se disseminou para fora do pâncreas (metástases) em 90% dos casos. Por fim, a maioria das pessoas desenvolve dor aguda na parte superior do abdômen, que também pode ser sentida no meio das costas. A dor pode ser aliviada ao se inclinar para frente ou ficar na posição fetal. A perda de peso é comum.

Complicações do câncer de pâncreas

Tumores na cabeça do pâncreas podem interferir com a drenagem de bile (o líquido digestivo produzido pelo fígado) para o intestino delgado ( Vesícula biliar e trato biliar). Portanto, icterícia (uma descoloração amarelada da pele e do branco dos olhos), causada pela obstrução do fluxo de bile, é geralmente um sintoma precoce. A icterícia é acompanhada de prurido por todo o corpo, como resultado do depósito de cristais de sais biliares sob a pele. Podem ocorrer vômitos nos casos em que o câncer localizado na cabeça do pâncreas obstrui o trânsito do conteúdo gástrico até o intestino delgado (obstrução na saída do estômago) ou obstrui o próprio intestino delgado.

O adenocarcinoma do corpo ou da cauda do pâncreas pode obstruir a veia que drena o baço (órgão responsável pela produção, monitoramento, armazenamento e destruição das células sanguíneas), tendo como resultado o aumento das dimensões do baço (esplenomegalia). A obstrução também pode fazer com que as veias se inflamem e fiquem tortuosas (varizes) ao redor do esôfago (varizes esofágicas) e do estômago. O rompimento dessas varizes pode causar hemorragia grave, sobretudo no esôfago.

Determinadas células no pâncreas produzem insulina, um hormônio que é essencial para controlar os níveis de glicose no sangue. A falta de insulina causa diabetes. Logo, uma vez que as células do câncer de pâncreas substituem as células pancreáticas normais, o diabetes se desenvolve em 25% a 50% das pessoas, o que causa sintomas de alto nível de glicose no sangue, como urinar frequentemente em grandes volumes e sede excessiva.

O câncer de pâncreas também pode interferir com a produção de enzimas digestivas pelo pâncreas, resultando em problemas de decomposição de alimentos e absorção de nutrientes (má absorção). Essa má absorção provoca distensão e gases e uma diarreia aquosa, gordurosa e/ou de odor desagradável, levando a perda de peso e deficiências vitamínicas.

Diagnóstico

Tomografia computadorizada (TC), ultrassonografia endoscópica ou colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM)

Outros exames de imagem e exames de sangue

Algumas vezes, biópsia

O diagnóstico na fase inicial dos tumores do corpo ou da cauda do pâncreas é difícil, porque os sintomas somente se apresentam nas fases avançadas e, geralmente, os exames físicos e as análises de sangue são normais. Quando há suspeita de adenocarcinoma do pâncreas, os exames preferidos são TC ou um tipo especializado de ressonância magnética denominado CPRM.

Outros exames frequentemente utilizados são a ultrassonografia endoscópica (uma pequena sonda de ultrassom presa à extremidade de um endoscópio é passada pela boca até chegar ao estômago e o primeiro segmento do intestino delgado) e a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica. Exames de sangue também são feitos.

Para confirmação do diagnóstico de câncer de pâncreas, o médico pode colher uma amostra do tecido pancreático para análise ao microscópio (biópsia) ao inserir uma agulha na pele, utilizando uma TC ou uma ultrassonografia para guiá-lo. Contudo, essa abordagem às vezes não alcança o tumor. A mesma abordagem pode ser utilizada para coletar uma amostra do fígado para biópsia para verificar se houve disseminação do câncer a partir do pâncreas. Se os resultados destas análises forem normais, mas ainda houver suspeita de adenocarcinoma, o pâncreas pode ser avaliado cirurgicamente.

Prognóstico

Uma vez que o adenocarcinoma do pâncreas geralmente já se disseminou a outras partes do corpo antes de ser descoberto, o prognóstico para o câncer de pâncreas é muito ruim. Menos de 2% das pessoas com adenocarcinoma do pâncreas têm uma sobrevida superior a cinco anos após serem diagnosticadas.

Tratamento

Cirurgia

Quimioterapia e radioterapia

Analgésicos

A única esperança de cura é uma intervenção cirúrgica, que se realiza em aproximadamente 10% a 20% das pessoas em que se acredita que o câncer não se disseminou. Pode-se extrair só o pâncreas, ou também o duodeno. Normalmente também são administradas quimioterapia e radioterapia. Depois desses tratamentos, aproximadamente 40% das pessoas vivem por no mínimo mais dois anos e 25% vivem por no mínimo mais cinco anos.

A obstrução do fluxo de bile pode ser temporariamente aliviada através da instalação de um tubo (stent) na parte inferior do canal que conduz a bile do fígado e da vesícula biliar. Um método alternativo de tratamento é a criação cirúrgica de um canal que impeça a obstrução. Por exemplo, uma obstrução do intestino delgado pode ser desviada por um canal que conecte o estômago a uma porção do intestino delgado afastada da obstrução. Caso esses procedimentos não aliviem o prurido, é possível que seja administrada colestiramina por via oral à pessoa.

Dores moderadas podem ser aliviadas por aspirina ou paracetamol. Frequentemente, são necessários analgésicos mais fortes como, por exemplo, codeína oxicodona ou morfina. Injeções nos nervos para bloquear as sensações de dor podem trazer alívio para pessoas com dor intensa.

Pode-se tratar a ausência de enzimas digestivas pancreáticas com administração de soluções de enzimas por via oral. No caso de se desenvolver diabetes, um tratamento com insulina pode ser necessário.

Visto que o adenocarcinoma do pâncreas é fatal na maioria dos casos, o médico geralmente conversa com a pessoa, com os membros da família e com outros profissionais de saúde sobre os cuidados terminais.

Fonte: Por Minhhuyen Nguyen, MD, Fox Chase Cancer Center, Temple University traduzido por Momento Saúde

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