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Vírus sincicial respiratório (VSR)

A maioria dos vírus que infectam seres humanos pode afetar adultos e crianças. Viroses com efeitos específicos em recém-nascidos são discutidas em Infecções em recém-nascidos. Esse tópico aborda uma infecção viral que é normalmente adquirida durante a infância (embora também possa afetar adultos).

Vírus sincicial respiratório (VSR) é um vírus de RNA, classificado como um pneumovírus. Subgrupos A e B foram identificados. VSR é onipresente; quase todas as crianças são infectadas aos 4 anos de idade. Epidemias ocorrem anualmente no inverno ou no começo da primavera em climas temperados. Como a resposta imunitária ao VSR não protege contra reinfecção, a taxa de ataque é de aproximadamente 40% para todas as pessoas expostas. Contudo, anticorpos contra VSR diminuem a gravidade da doença.

Metapneumovírus humano (MPVh) é um vírus semelhante, mas classificado de maneira diferente. A epidemiologia sazonal do MPVh parece ser semelhante à do VSR, mas a incidência da infecção e da doença parece ser substancialmente menor.

Sinais e sintomas

VSR e doença causada por MPVh parecem se manifestar de modo semelhante. As síndromes clínicas mais reconhecíveis são bronquiolite e pneumonia. Essas doenças tipicamente iniciam-se com sintomas respiratórios superiores e febre, progredindo, então, durante vários dias para dispneia, tosse e sibilo e/ou estertores na ausculta do tórax. Apneia pode ser o sintoma inicial de VSR em crianças com < 6 meses de idade. Em adultos saudáveis e crianças mais velhas, a doença é normalmente leve e pode ser inaparente ou só se manifestar como um resfriado comum e afebril. Entretanto, doença grave pode se desenvolver nos seguintes:

  • Pacientes com < 6 meses de idade, idosos ou imunocomprometidos
  • Pacientes com doenças cardiopulmonares ou neuromusculares subjacentes

Diagnóstico

  • Avaliação clínica
  • Às vezes, testes rápidos de antígeno, reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa (RT-PCR) ou cultura viral — todos feitos em lavagens ou esfregaços nasais

A infecção por VSR (e, possivelmente, por MPVh) é suspeitada em lactentes e crianças jovens com bronquiolite ou pneumonia, durante a estação de VSR. Como o tratamento antiviral geralmente não é recomendado, um diagnóstico laboratorial específico é desnecessário para que se tome uma conduta com relação ao paciente. Entretanto, um diagnóstico laboratorial pode facilitar o controle da infecção hospitalar, uma vez que permite o isolamento de crianças infectadas com o mesmo vírus. Testes antigênicos rápidos com alta sensibilidade para VSR e outros vírus respiratórios estão disponíveis para uso em crianças; são utilizados lavados ou swabs nasais. Esses métodos são menos sensíveis em adultos. Ensaios de diagnóstico molecular como RT-PCR melhoraram a sensibilidade e geralmente estão disponíveis como ensaios únicos ou multiplex.

Tratamento

  • Cuidados de suporte

O tratamento de infecções por VSR e por MPVh é de suporte e inclui suplementação de oxigênio e hidratação como necessário.

Corticoides e broncodilatadores geralmente não são úteis e atualmente não são recomendados.

Antibióticos são reservados a pacientes com febre e evidência de pneumonia em radiografia de tórax e suspeita clínica de coinfecção bacteriana.

Palivizumabe (anticorpo monoclonal para VSR) não é eficaz para tratamento.

A ribavirina inalada, um fármaco antiviral com atividade contra VSR, apresenta eficácia marginal, é potencialmente tóxica para profissionais de saúde e não é mais recomendada, exceto para infecção em hospedeiro gravemente imunocomprometido. Inúmeras fármacos direcionados à fusão, entrada e replicação virais em adultos e recém-nascidos estão atualmente em desenvolvimento e em ensaios clínicos .

Referência sobre o tratamento
  • 1. Domachowske JB, Anderson EJ, Goldstein M: The future of respiratory syncytial virus disease prevention and treatment. Infect Dis Ther 10(Suppl 1):47–60, 2021. doi: 10.1007/s40121-020-00383-6 Traduzido por Momento Saúde

Prevenção

Precauções de contato (p. ex., lavagem das mãos, luvas, isolamento) são importantes, especialmente nos hospitais.

profilaxia passiva com palivizumabe diminui a frequência de hospitalização em recém-nascidos com alto risco de VSR. É eficaz em termos de custos apenas para recém-nascidos com alto risco de hospitalização, incluindo aqueles

  • < 1 ano com doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa
  • < 1 ano com doença pulmonar crônica da prematuridade (idade gestacional < 32 semanas e 0 dias e exigem terapia com oxigênio por pelo menos 28 dias após o nascimento)
  • Nascem em < 29 semanas de gestação e têm < 1 ano de idade no início da estação do VCR
  • Têm doença pulmonar crônica da prematuridade no 2º ano de vida e receberam tratamento (tratamento crônico com corticoides ou diuréticos ou necessidade contínua de terapia com oxigênio) em 6 meses da estação do VSR

Entretanto a profilaxia também pode ser considerada para:

  • Lactentes no 1º ano de vida com anormalidades pulmonares anatômicas que dificultam a capacidade de desobstruir eficazmente as vias respiratórias superiores
  • Lactentes com distúrbios neuromusculares
  • Crianças < 24 meses com imunossupressão profunda

Portanto a dose de palivizumabe é 15 mg/kg, IM. A primeira dose é administrada imediatamente antes do início habitual da estação de VSR (início de novembro na América do Norte). Doses subsequentes são aplicadas com 1 mês de intervalo, durante a estação de VSR (normalmente, 5 doses no total).

Referência sobre prevenção
  • 1. Domachowske JB, Anderson EJ, Goldstein M: The future of respiratory syncytial virus disease prevention and treatment. Infect Dis Ther 10(Suppl 1):47–60, 2021. doi: 10.1007/s40121-020-00383-6 Traduzido por Momento Saúde

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