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Hepatite A

Hepatite A aguda é uma inflamação do fígado causada pelo vírus da hepatite A com duração inferior a seis meses.

Em geral, a hepatite A se espalha quando as pessoas ingerem algo contaminado com fezes de uma pessoa infectada.

A hepatite A causa sintomas típicos de hepatite viral (incluindo perda do apetite, sensação geral de mal-estar e icterícia) em crianças mais velhas e adultos, mas pode não causar sintomas em crianças pequenas.

Os médicos diagnosticam a hepatite A com base nos exames de sangue.

É recomendada a vacinação contra a hepatite A para todas as crianças e para adultos com probabilidade de serem expostos à infecção e de desenvolver complicações graves da infecção.

Não existe tratamento especifico para hepatite A, mas a maioria das pessoas se recupera completamente.

A hepatite A é a causa mais comum de hepatite viral aguda. É particularmente comum em crianças e adultos jovens. A hepatite A não se torna crônica. Ou seja, a infecção não dura mais do que seis meses. Quando as pessoas são expostas ao vírus da hepatite A, seu sistema imunológico produz anticorpos que as protegem para que não se infectem, novamente, com a hepatite A (elas ficam imunes ao vírus).

O Vírus

A sua denominação é VHA – Vírus da Hepatite A – tem uma dimensão de 27 nm, é da família dos picornavírus, tal como o vírus da poliomielite.

O seu genoma é constituído por ARN, positivo e monocatenário. Encontra-se por todo o mundo, especialmente em lugares onde as condições de higiene são escassas. Espalha-se através do contacto directo ou indirecto com material fecal e encontra-se nas fezes da pessoa infectada (foi por essa via que acabou por ser identificado, pela primeira vez, em 1975) duas a três semanas antes de os sintomas se declararem e durante os primeiros oito dias em que a doença permanece activa.

Este vírus é muito infeccioso e é a causa mais frequente de hepatite aguda (mais de 50 por cento dos casos), apesar da sua presença no sangue ser diminuta e de curta duração. Uma pessoa que não tenha anticorpos, adquiridos quando teve a hepatite A ou através da vacina, pode ser infectada e transmitir a doença a outros, mas o risco é pequeno no contacto ocasional.

O chamado período de incubação, que é maior nas crianças do que nos adultos, dura entre 20 a 40 dias, espaço de tempo em que não se revelam quaisquer sintomas. A infecção pode durar seis meses, mas a maioria dos doentes recupera ao fim de três semanas.

Em alguns países, mais de 75% dos adultos já foram expostos ao vírus da hepatite A.

Estatística do Vírus no Brasil

Os casos de Hepatite A nas regiões Nordeste e Norte reúnem 55,4% de todos os casos confirmados de hepatite A, no período de 2000 a 2021.

Já nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste abrangem 18,2%, 15,3% e 11,1% dos casos do país, respectivamente. Entre as Unidades da Federação (UF), os estados do Amazonas e do Paraná são os que mais concentram casos de hepatite A, com 8,5% e 7,3% de todos os casos do país, respectivamente, enquanto Sergipe apresenta o menor número de casos notificados, totalizando 0,9%. A taxa de incidência de hepatite A no Brasil tem mostrado tendência de queda, passando de 3,9 casos em 2011 para 0,2 casos por 100 mil habitantes em 2021, uma redução de 95,6%. Estratificando-se as taxas por região, nota-se uma tendência de diminuição similar no país, com destaque para a região Norte, que mostrou taxas muito elevadas até 2015, e para a região Sudeste, que apresentou uma elevação nas taxas em 2017 e 2018.

Em 2021, as taxas observadas não ultrapassaram 0,4 caso por 100 mil habitantes, exceto em Roraima, que apresentou taxa de 0,9 caso por 100 mil habitantes, cerca de cinco vezes a taxa nacional.

Transmissão da hepatite A

Em geral, a hepatite A se espalha quando as pessoas ingerem o vírus após tocar um objeto ou consumir um alimento ou bebida contaminada com fezes de uma pessoa infectada (chamado via fecal-oral). Essa disseminação geralmente ocorre devido à má higiene; por exemplo, quando a pessoa infectada prepara alimentos sem lavar as mãos. Mariscos pescados de águas que recebem saídas de esgoto não tratado às vezes se contaminam e podem provocar infecção quando são ingeridos crus.

A hepatite A é, às vezes, disseminada em creches, onde os prestadores de cuidados e as crianças entram em contato com as fezes infectadas em fraldas.

As pessoas podem espalhar o vírus antes de desenvolver os sintomas, antes de saber que estão infectadas.A epidemia, geralmente ligada à contaminação do sistema de abastecimento de água pelas fezes, é comum, especialmente em países em desenvolvimento.

Em suma a hepatite A não se torna uma infecção crônica. Após a resolução da hepatite aguda, as pessoas não podem mais transmitir o vírus para outras pessoas.

Sintomas

A maioria das crianças maiores e adultos com hepatite A apresentam os sintomas típicos de hepatite aguda. Estes sintomas incluem:

  • Perda de apetite
  • Uma sensação de mal-estar geral
  • Vômitos
  • Dor na parte superior direita do abdômen (onde fica localizado o fígado)
  • Urina escura
  • Icterícia (amarelamento da pele e da parte branca dos olhos amareladas) em quase 70%

Cerca de 70% das crianças com menos de 6 anos não apresentam nenhum sintoma, e aquelas com sintomas raramente têm icterícia.

Pode haver sintomas de colestase (redução ou interrupção do fluxo de bile), como fezes esbranquiçadas e coceira generalizada.

Os sintomas geralmente desaparecem após dois meses, mas podem continuar ou recorrer por até seis meses.

Hepatite A não causa fibrose grave do fígado (cirrose). Raramente a hepatite A se torna grave (fulminante). Tais casos são mais raros que nos casos de hepatite B.

A recuperação da hepatite A aguda é geralmente completa.

Diagnóstico

Exames de sangue

Os médicos suspeitam de hepatite A em pessoas que foram expostas ao vírus da hepatite A e que têm sintomas típicos, como icterícia.

Geralmente os testes começam com exames de sangue para determinar o funcionamento do fígado e se existe lesão hepática (testes de função hepática). Os testes de função hepática medem os níveis de enzimas hepáticas e de outras substâncias produzidas pelo fígado.

Se os testes detectarem as anormalidades hepáticas, outros exames de sangue são geralmente feitos para verificar a presença de infecção por um vírus de hepatite. Esses exames de sangue podem identificar partes dos vírus específicos (antígenos), anticorpos específicos produzidos pelo organismo para lutar contra o vírus e, às vezes, material genético (RNA ou DNA) do vírus.

Prevenção

Boa higiene ao manusear alimentos pode ajudar na prevenção da disseminação da hepatite A. As pessoas devem lavar as mãos com água e sabão depois de ir ao banheiro, após trocar uma fralda e antes de manusear alimentos.

Evitar suprimentos de água contaminada também é importante. As pessoas precisam estar especialmente atentas ao viajar para áreas onde os métodos de saneamento podem ser inadequados.

Vacinação contra a hepatite A

A vacinação contra a hepatite A é recomendada para todas as crianças. Ela também é recomendada para adultos com alto risco de exposição à hepatite A:

  • Viajantes para partes do mundo em que a hepatite A é disseminada
  • Pessoas que trabalham em laboratório de diagnóstico ou pesquisa que manipulam o vírus da hepatite A
  • Pessoas com distúrbios hepáticos crônicos ou distúrbios de sangramento
  • Pessoas que praticam sexo anal
  • Pessoas que usam drogas ilícitas (que frequentemente são infectadas por motivos que não estão relacionados ao uso de drogas)
  • As pessoas sem residência estável ou que forem sem-teto
  • Pessoas com doenças hepáticas crônicas (incluindo hepatite C crônica) devem ser vacinadas contra a hepatite A, pois elas correm risco aumentado de desenvolver hepatite fulminante e insuficiência hepática devido ao vírus da hepatite A.

Prevenção após a exposição à hepatite A

As medidas preventivas são recomendadas para membros da família e contatos próximos de pessoas com hepatite A, porque elas foram expostas à infecção (chamado profilaxia pós-exposição).

Se pessoas que não foram previamente vacinadas forem expostas à hepatite A, elas receberão um dos seguintes:

  • Pessoas saudáveis entre 1 e 40 anos de idade: Uma dose da vacina contra a hepatite A
  • Pessoas com mais de 40 anos ou com sistema imunológico enfraquecido ou com doença hepática crônica: Imunoglobulina padrão
  • A imunoglobulina padrão é uma preparação contendo anticorpos obtidos do sangue de pessoas com sistema imunológico normal. Este tratamento previne ou diminui a gravidade da infecção.

Tratamento

 Não existem medicamentos específicos para tratar esta doença. Este tipo de hepatite trata-se, essencialmente, com repouso, durante a fase aguda, até que os valores das análises hepáticas voltem ao normal e a maioria das pessoas restabelece-se completamente em cinco semanas. Quando se aconselha repouso isso não significa que se permaneça na cama mas sim que devem ser evitados grandes esforços físicos.

Também não se recomenda qualquer dieta especial; a alimentação deve ser equilibrada como, aliás, o bom senso indica em todas as ocasiões: rica em proteínas e com baixo teor de gorduras. Nos casos em que surjam diarreia e vómitos, para evitar a desidratação, devem beber-se muitos líquidos, entre os quais não se inclui o álcool, já que este, mesmo em pequena quantidade, agrava a lesão do fígado. As náuseas e a falta de apetite fazem-se sentir com maior intensidade no final do dia e, por essa razão, a refeição mais completa deve ser tomada durante a manhã.

E como o fígado inflamado perde a capacidade de transformar os medicamentos e por isso alguns tornam-se tóxicos e agravam a doença. Alguns fármacos, especialmente narcóticos, analgésicos, tranquilizantes ou produtos de ervanária, não se devem tomar a não ser que o médico os recomende.

Também não é muito aconselhável realizar uma cirurgia durante o período de tempo em que se está doente.

Em caso de coceira, colestiramina, tomada por via oral, costuma ser eficaz.

A maioria das pessoas pode voltar tranquilamente ao trabalho depois que a icterícia se resolver.

Fonte: Por Sonal Kumar, MD, MPH, Weill Cornell Medical College traduzido por Momento Saúde

https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/hepatite-panorama-atual

https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-hepatites-virais-2022-numero-especial

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