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Câncer da boca e da garganta

Os cânceres de boca e garganta são cânceres que se originam nos lábios, no céu da boca, nas laterais ou assoalho da boca, na língua, tonsilas ou na parte posterior da garganta.

Os cânceres de boca e da garganta podem ter a aparência de feridas abertas, formações em crescimento ou áreas descoloridas na boca.

Os médicos fazem biópsias para diagnosticar os cânceres da boca e da garganta.

Exames por imagem, como tomografia computadorizada, imagens por ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons são feitos para determinar o tamanho do câncer e o quanto ele se propagou.

O tratamento depende da localização, tamanho e da extensão da disseminação do câncer e pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022 sejam diagnosticados no Brasil 15.190 novos casos de câncer de boca e orofaringe (11.180 em homens e 4.010 em mulheres).

Tipos de câncer encontrados na boca e garganta

O carcinoma de células escamosas, que significa que o câncer se desenvolve nas células escamosas que revestem o interior da boca ou garganta, é de longe o tipo mais comum de câncer oral. Outros tipos de câncer, como o carcinoma verrugoso (verruga), melanoma maligno e o sarcoma de Kaposi são muito menos comuns.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para os cânceres de boca e de garganta são:

  • Tabagismo
  • Uso de álcool
  • Infecção por papilomavírus humano (HPV)

O uso de tabaco causa muitos cânceres de boca e garganta. O uso de tabaco inclui fumar cigarros, charutos ou cachimbo; mascar tabaco ou Narguilé . No Brasil, fumar cigarros (particularmente mais de 2 maços por dia) é o principal fator de risco relacionado ao tabaco para o câncer de boca e garganta. Fumar cachimbo também pode aumentar o risco. Fumar cachimbo aumenta o risco de câncer nas partes dos lábios que tocam na haste do cachimbo. Mascar tabaco aumenta em 50% o risco de desenvolver câncer nas bochechas, gengivas, e superfície interna dos lábios, onde o tabaco tem maior contato.

O uso crônico ou em altas doses de álcool também aumenta o risco de câncer de boca e de garganta. O aumento do risco é proporcional à quantidade de álcool consumido. Há alguma evidência de que o álcool contido em enxágues bucais pode contribuir para o câncer oral quando usado repetidamente por um período longo.

Os maiores riscos resultam do alto consumo combinado de tabaco e álcool, resultando em uma probabilidade de câncer duas a três vezes maior do que o consumo de cada um isoladamente. Tais usos combinados aumentam o risco de câncer da boca 100 vezes nas mulheres e 38 vezes nos homens; aumenta o risco de câncer de garganta em 30 vezes. Pacientes que após terem desenvolvido um câncer de boca ou garganta mantêm os hábitos de fumar e de beber têm mais que o dobro de probabilidade de desenvolver outro câncer de boca e garganta do que o restante da população.

A infecção pelo HPV, que vem se tornando cada vez mais comum, causa verrugas genitais e pode infectar a boca durante o sexo oral. O número de parceiros sexuais e a frequência de sexo oral são fatores de risco importantes. Certas variedades deste vírus predispõem a pessoa a câncer de garganta e, numa proporção menor, a câncer de boca. A infecção pelo HPV aumenta em 16 vezes o risco de câncer de garganta e o HPV causa 60% dos cânceres de garganta.

O gênero é um fator de risco. Cerca de três quartos dos cânceres de boca e garganta ocorrem em homens.

Aumentando a idade, tal como na maioria dos cânceres, aumenta o risco.

Outros fatores que aumentam o risco de câncer da boca incluem as irritações repetidas que as extremidades de um dente partido, de obturações, cáries ou próteses dentárias mal adaptadas (como dentaduras) podem causar. Radiografias prévias de cabeça e pescoço, candidíase crônica e higiene oral insuficiente também são fatores de risco. Excessiva exposição ao sol pode causar câncer dos lábios.

Sintomas

Os sintomas do câncer de boca e garganta variam um pouco, dependendo da localização do câncer.

O câncer de boca normalmente é indolor por um considerável período de tempo, mas acaba por causar dor à medida que o câncer cresce. Quando a dor aparece, isso geralmente ocorre com a deglutição, assim como uma dor de garganta.

Algumas pessoas podem ter dificuldade para falar. Os carcinomas de células escamosas parecem feridas abertas (úlceras) e têm tendência a crescer nos tecidos subjacentes. As feridas podem ser manchas achatadas ou ligeiramente elevadas coloridas de vermelho (eritroplaquia) ou brancas (leucoplaquia).

Os cânceres de lábio e de outras partes da boca geralmente são duros como pedra ao toque e estão presos aos tecidos subjacentes. A maioria dos tumores não cancerosos nessas áreas move-se livremente. Áreas descoloridas nas gengivas, na língua ou no revestimento da boca também podem ser sinais de câncer. Uma área na boca que se tornou recentemente marrom ou descolorida e escurecida pode ser um melanoma. Por vezes, pode aparecer uma zona marrom, plana e sardenta (a mancha do fumante) nos locais dos lábios onde o cachimbo ou cigarro é habitualmente sustentado entre os lábios.

O câncer de garganta normalmente causa dor de garganta que aumenta com a deglutição, dificuldade para engolir e falar, e dor de ouvido. Algumas vezes, um caroço no pescoço é o primeiro sinal de câncer da garganta.

Na maioria dos cânceres de boca e de garganta, quando os sintomas fazem com que se torne difícil comer, as pessoas começam a perder peso.

Diagnóstico

Endoscopia

Biópsia

Exames de imagem para estadiamento

Para diagnosticar cânceres de boca e garganta, os médicos fazem uma biópsia (remoção de amostra de tecido para exame sob o microscópio) de qualquer área anormal vista durante o exame. Somente uma biópsia pode determinar se uma área suspeita é cancerosa. Se os médicos não virem uma tumoração na boca das pessoas que apresentarem os sintomas, eles examinarão a garganta usando um espelho especial e/ou um tubo visualizador flexível (endoscópio). Eles fazem uma biópsia de quaisquer áreas anormais visualizadas durante este exame.

Se a biópsia revelar um câncer, os médicos fazem exames de imagem para determinar a extensão (estágio) do câncer, como

Tomografia computadorizada (TC)

Imagem por ressonância magnética (RM)

Uma combinação de tomografia por emissão de pósitrons (PET) e TC

Estes testes por imagem são feitos para ajudar os médicos a determinar o tamanho e a localização do câncer, e se ele se espalhou para as estruturas próximas, ou disseminou para os linfonodos no pescoço. Os médicos também usam um endoscópio para examinar dentro da boca descendo pela garganta para tentar detectar câncer nas estruturas vizinhas. Os médicos fazem laringoscopia (para ver o interior da laringe), broncoscopia (para ver o interior das vias respiratórias) e esofagoscopia (para ver o interior do esôfago).

Triagem

Uma vez que a detecção precoce aumenta enormemente a possibilidade de cura, os médicos e dentistas devem examinar cuidadosamente a boca e a garganta durante cada exame médico ou odontológico de rotina. O exame deve incluir a área sob a língua, que as pessoas normalmente não veem e na qual não sentem uma tumoração anormal, até que tenha se tornado bem grande.

Prognóstico

Os índices de sobrevida para pessoas com câncer de boca e garganta variam muito dependendo:

  • Da localização original do tumor
  • De se e quanto ele se disseminou (o estágio)
  • Da causa

O índice de cura do carcinoma de células escamosas da boca é elevado caso se consiga retirar a totalidade do câncer e os tecidos circundantes normais sejam removidos antes do câncer se disseminar para os linfonodos. Em média, mais de 75% das pessoas que têm carcinoma da língua que não se disseminou para os linfonodos sobrevivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico. Cerca de 75% das pessoas que têm carcinoma do assoalho da boca, que não se disseminou, sobrevivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico.

No entanto, se o câncer já tiver atingido os linfonodos, a porcentagem de sobreviventes por 5 anos decresce cerca da metade. Cerca de 90% das pessoas com carcinoma do lábio inferior sobrevivem por pelo menos 5 anos e o carcinoma raramente se dissemina. O carcinoma do lábio superior tende a ser mais agressivo e se dissemina.

Em média, 60% das pessoas que apresentam câncer de garganta sobrevivem ao menos 5 anos após o diagnóstico. As taxas são superiores a 75% se a causa for papilomavírus humano (HPV) e inferiores a 50% se a causa for outra.

As pessoas com câncer causado pelo HPV apresentam uma maior taxa de sobrevida em comparação a pessoas com cânceres similares causados por outros fatores.

Prevenção

Evitar o consumo excessivo de álcool e de tabaco pode reduzir de forma significativa o risco de cânceres de boca e de garganta. Outra das medidas preventivas consiste em reparar as extremidades ásperas dos dentes partidos ou das obturações. Não se expor ao sol e usar protetor solar ajuda a reduzir o risco de câncer de lábios. Se as lesões causadas pelo sol afetarem uma área extensa do lábio, uma raspagem do lábio que retire toda a superfície externa, por meio de cirurgia ou laser, pode prevenir a evolução para formas de câncer.

As vacinas contra HPV atuais agem em algumas variedades de HPV que causam cânceres de garganta; logo, a vacinação na infância pode evitar o desenvolvimento de alguns desses cânceres.

Tratamento

Cirurgia

A radioterapia, às vezes combinada com quimioterapia (quimio e radioterapia)

Os pilares do tratamento dos cânceres de boca e de garganta são cirurgia e radioterapia. Os médicos selecionam o tratamento baseados no tamanho e na localização do câncer.

Para o câncer de boca, a cirurgia normalmente é o tratamento inicial. Os médicos removem o câncer e algumas vezes também removem os linfonodos sob a mandíbula e junto da mesma, e ao longo do pescoço. Consequentemente, a cirurgia para os cânceres de boca pode ser deformante e psicologicamente traumática.

Técnicas cirúrgicas reconstrutivas mais recentes, empregadas durante a cirurgia inicial, podem melhorar as funções e ajudar a restaurar a aparência normal. É possível substituir os dentes e as partes do maxilar inferior que faltam através de próteses. Fonoaudiologia e terapia de reabilitação da deglutição podem ser necessários após cirurgias significativas. A radioterapia ou quimio radioterapia é administrada após a cirurgia se o câncer estiver avançado.

Para as pessoas que não podem realizar cirurgia, a radioterapia é um primeiro tratamento alternativo. Em geral, a quimioterapia não é usada como tratamento inicial, mas é recomendada em adição à radioterapia para as pessoas cujo câncer se espalhou para muito linfonodos.

Técnicas mais atuais permitem que os médicos operem através da boca, ao invés de fazer uma incisão no pescoço. Algumas técnicas empregam um endoscópio para guiar a cirurgia a laser. Outra técnica envolve o uso de um robô cirurgião. O cirurgião, a partir de um painel, controla os braços do robô e vê a cirurgia através de uma câmera acoplada a um endoscópio que foi inserido na boca da pessoa.

A radioterapia, ou, às vezes, quimio radioterapia, pode ser usada tanto após uma cirurgia ou como primeiro tratamento. Tradicionalmente, os médicos têm usado a radioterapia para cânceres em estágio inicial e têm acrescentado a quimioterapia quando o câncer está mais avançado. Um tipo específico de radioterapia, chamado radioterapia de intensidade modulada , permite que os médicos apliquem a radiação em uma área muito específica, o que pode reduzir os efeitos colaterais.

Efeitos colaterais do tratamento

A radioterapia da boca e garganta causa muitos efeitos colaterais, incluindo

Destruição das glândulas salivares o que deixa a boca seca e pode levar ao surgimento de cáries e outros problemas dentários.

Pouca capacidade dos maxilares em cicatrizar de lesões ou problemas dentários

Osteorradionecrose, perda de osso e tecido mole ao redor da área irradiada

Devido a esses efeitos colaterais, todos os problemas dentários pré-existentes devem ser totalmente tratados antes de a radiação ser aplicada. Quaisquer dentes que possam se tornar problemáticos são extraídos, deixando ­se decorrer o tempo necessário para sua cicatrização, antes que a radiação seja aplicada.

Da mesma maneira, uma boa higiene dentária é fundamental para as pessoas que receberam radioterapia porque, após a exposição à radiação, a boca terá uma cicatrização ruim em caso de se precisar, algum dia, de uma cirurgia dentária, como uma extração dentária. Essa higiene inclui exames periódicos e um meticuloso cuidado em casa, inclusive com aplicações diárias de flúor. Se a pessoa, por fim, tiver que extrair um dente, uma terapia com oxigênio hiperbárico pode ajudar na cicatrização da mandíbula, sem causar osteorradionecrose.

Fonte: Por Bradley A. Schiff, MD, Montefiore Medical Center, The University Hospital of Albert Einstein College of Medicine traduzido por Momento Saúde

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