O câncer de ovário, que normalmente começa na superfície dos ovários, geralmente não é diagnosticado até estar avançado.
Às vezes, o câncer de ovário não causa sintomas antes de o tumor já estar bem grande ou ter se disseminado.
Se o médico suspeitar de câncer de ovário, são feitos exames de sangue, ultrassonografia e ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
Geralmente, os ovários, as trompas de Falópio e o útero são removidos.
Muitas vezes é necessária quimioterapia após a cirurgia.
O câncer de ovário (carcinoma de ovário) se desenvolve com mais frequência em mulheres entre 50 e 70 anos de idade.
Esse tipo de câncer acaba se desenvolvendo em aproximadamente uma em cada 70 mulheres. Nos Estados Unidos, é o segundo câncer ginecológico mais comum.
No entanto, mais mulheres morrem de câncer de ovário do que de qualquer outro câncer ginecológico. É a quinta causa mais comum de morte por câncer em mulheres.
Localização dos órgãos reprodutores femininos internos
Às vezes, câncer de outras partes do corpo se dissemina até os ovários.
O câncer de ovário pode se disseminar da seguinte maneira:
- Diretamente para a área circundante
- Por meio da descamação de células cancerosas para dentro da cavidade abdominal
- Por meio do sistema linfático para outras partes da pelve e do abdômen
Com menos frequência, através da corrente sanguínea, aparecendo em partes distantes do corpo, principalmente no fígado e nos pulmões
Fatores de risco
Fatores que aumentam o risco de câncer de ovário incluem o seguinte:
Envelhecer (o mais importante)
Ter um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) que teve câncer de ovário
Não ter filhos
Ser mãe com idade avançada
Começar a menstruar cedo
Menopausa tarde
Ter tido câncer do útero, mama ou intestino grosso (cólon) ou ter um familiar que tenha tido um desses tipos de câncer
A utilização de contraceptivos orais diminui significativamente o risco.
Aproximadamente 5% a 10% dos casos estão relacionados a mutações dos genes BRCA1 e BRCA2, que também estão envolvidos em alguns tipos de câncer de mama.
Quando mutações nesses genes ou outras mutações genéticas raras estiverem envolvidas, o câncer de ovário e o câncer de mama tendem a ser um mal de família.
Às vezes, esses tipos de câncer são denominados síndromes hereditárias de câncer de mama e de ovário.
O risco de uma mulher com a mutação no BRCA1 de ter câncer de ovário ao longo da vida é de 20% a 40%. O risco é inferior (11% a 17%) em mulheres com uma mutação no BRCA2.
Sintomas
O câncer de ovário aumenta o ovário afetado. Em mulheres jovens, o aumento de um ovário é provavelmente causado pela presença de um saco cheio de líquido não canceroso (cisto ovariano). No entanto, após a menopausa, um ovário aumentado pode ser sinal de câncer de ovário.
Muitas mulheres não apresentam sintomas até que o câncer esteja avançado.
O primeiro sintoma pode ser um pequeno desconforto no abdômen inferior, semelhante à indigestão. Outros sintomas podem incluir inchaço, perda de apetite (porque o estômago está comprimido), cólicas por gases e dor nas costas. Esse tipo de câncer de ovário raramente provoca sangramento vaginal.
O abdômen acaba ficando inchado porque o ovário aumenta ou porque ocorre um acúmulo de líquido no abdômen (um quadro clínico denominado ascite). Nesse estágio, dor na região pélvica, anemia e perda de peso são comuns.
Raramente, tumores de células germinativas ou de célula de estroma produzem estrogênios, que podem fazer com que o tecido no revestimento uterino cresça excessivamente e que os seios aumentem. Ou esses tumores podem produzir hormônios masculinos (andrógenos), o que pode fazer com que os pelos do corpo cresçam excessivamente, ou hormônios semelhantes a hormônios tireoidianos, o que pode dar origem ao hipertireoidismo.
Diagnóstico para câncer de ovário
Ultrassonografia
Às vezes, tomografia computadorizada ou ressonância magnética
Exames de sangue
É difícil diagnosticar o câncer de ovário no estágio inicial, uma vez que os sintomas geralmente não aparecem antes de o tumor já estar bem grande ou ter se disseminado para além dos ováriose porque muitos distúrbios menos graves causam sintomas semelhantes.
Assim se o médico detectar um ovário aumentado durante um exame físico ou suspeitar da presença de câncer de ovário em estágio inicial com base nos sintomas, a primeira coisa a ser feita será uma ultrassonografia. Às vezes, exames de imagem por tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) são usados para ajudar a distinguir um cisto ovariano de uma massa cancerosa sólida. Se houver suspeita de câncer avançado, um exame por CT ou RM geralmente é feito antes da cirurgia para determinar a extensão do câncer.
Se o diagnóstico de câncer parecer improvável, o médico reexamina a mulher periodicamente.
Mas se o médico suspeitar de câncer ou se os resultados dos exames não forem claros, geralmente são feitos exames de sangue para medir os níveis de substâncias que possam indicar a presença de câncer (marcadores de tumor), como o antígeno do câncer 125 (CA-125). Níveis alterados de marcadores de tumor por si só não confirmam o diagnóstico de câncer; porém, quando combinados com outras informações, podem dar respaldo ao diagnóstico.
Para confirmar o diagnóstico de câncer de ovário e para determinar se o câncer se disseminou e o grau de disseminação (o estágio), o médico examina os ovários usando um dos modos a seguir:
Laparoscopia: O médico pode utilizar um tubo de visualização fino e flexível (laparoscópio) introduzido através de uma pequena incisão logo abaixo do umbigo, especialmente se acreditar que o câncer não está avançado. Ele utiliza instrumentos inseridos através do laparoscópio, às vezes assistido por robô, para coletar amostras de vários outros tecidos e examinar os ovários e outros órgãos. As informações assim obtidas podem ajudar o médico a determinar se houve disseminação do câncer e o grau de disseminação (o estágio). Os ovários também podem ser removidos para o tratamento do câncer de ovário por laparoscopia.
Cirurgia aberta: Caso o médico acredite que o câncer está avançado, ele faz uma incisão no abdômen e visualiza diretamente o útero e os tecidos circundantes. Eles determinam o estágio do câncer e removem o máximo possível do câncer.
Estadiamento do câncer de ovário
Os estágios se baseiam no grau de disseminação do câncer. Os estágios variam de I (mais inicial) a IV (avançado):
Estágio I: O câncer ocorre apenas em um ou ambos os ovários (ou em uma ou em ambas as trompas de Falópio).
Estágio II: O câncer se disseminou até o útero ou até os tecidos adjacentes dentro da pelve (que contém os órgãos reprodutores internos, a bexiga e o reto).
Estágio III: O câncer se disseminou para fora da pelve, chegando aos linfonodos e/ou a outras partes do abdômen (tais como a superfície do fígado ou do baço).
Estágio IV: O câncer se disseminou para fora da pelve (por exemplo, até o pulmão).
Prognóstico
O prognóstico para mulheres com câncer de ovário toma por base o estágio. As porcentagens de mulheres que continuam vivas cinco anos após o diagnóstico e tratamento (a taxa de sobrevida de cinco anos) são:
Estágio I: 85% a 95%
Estágio II: 70% a 78%
Estágio III: 40% a 60%
Estágio IV: 15% a 20%
Portanto o prognóstico é pior quando o câncer é mais agressivo ou quando a cirurgia não consegue remover todo o tecido visivelmente anômalo. Há recorrência do câncer em 70% das mulheres que tiveram câncer em estágio III ou IV.
Prevenção câncer de ovário e de mama
Alguns especialistas acreditam que, se o câncer de ovário ou de mama for hereditário, a mulher deve realizar exames para detectar anomalias genéticas. Se parentes de primeiro ou de segundo grau tiverem esses tipos de câncer, especialmente em famílias judias da Europa Central e Oriental, a mulher deve discutir com o médico a possibilidade de fazer exames genéticos para detectar anomalias BRCA.
Mulheres com determinadas mutações do gene BRCA podem optar entre remover os dois ovários e as trompas de Falópio quando não quiserem mais ter filhos, mesmo sem a existência de câncer. Essa abordagem elimina o risco de câncer de ovário e reduz o risco de câncer de mama.
Você sabia que…
Se a mulher tiver parentes de primeiro ou de segundo grau com câncer de ovário ou de mama, ela deve perguntar ao médico sobre realizar exames genéticos para detectar anomalias BRCA. |
Tratamento
Em muitos casos geralmente, a remoção dos ovários, das trompas de Falópio e do útero.
A remoção de todos os tecidos que parecem estar afetados (cirurgia citorredutora).
Geralmente quimioterapia.
A extensão da cirurgia depende do tipo de câncer de ovário e do estágio.
Para a maioria dos tipos de câncer de ovário, o tratamento envolve a remoção dos ovários e das trompas de Falópio (salpingo-ooforectomia) e do útero (histerectomia). Cirurgia laparoscópica ou cirurgia laparoscópica robótica podem ser utilizadas.
Quando o câncer tiver se disseminado além do ovário, os linfonodos adjacentes e as estruturas circundantes para os quais o câncer geralmente se dissemina também são removidos. Essa abordagem visa a remover todo o câncer visível.
Se uma mulher tiver câncer em estágio I, que afeta apenas um ovário, e ela quiser engravidar, o médico pode remover somente o ovário e a trompa de Falópio afetados.
Câncer mais avançado
No caso de câncer mais avançado que tenha se disseminado até outras partes do corpo, o médico geralmente remove o máximo possível do câncer para prolongar a sobrevida. Esse tipo de cirurgia é denominado cirurgia citorredutora. No entanto, dependendo da região para onde o câncer tenha se disseminado, a mulher pode ser tratada com quimioterapia, em vez de cirurgia, ou antes e após a cirurgia.
Após a cirurgia, a maioria das mulheres com carcinomas epiteliais de estágio I menos agressivos não precisa de tratamento adicional. No caso de outros tipos de câncer de estágio I ou no caso de câncer mais avançado, a quimioterapia pode ser usada para destruir pequenas áreas do câncer que talvez tenham permanecido.
Já a quimioterapia consiste em paclitaxel combinado com carboplatina, administrado seis vezes. A maioria das mulheres com tumores de células germinativas pode ser curada com a remoção do ovário afetado e da trompa de Falópio mais a combinação de quimioterapia, geralmente com bleomicina, cisplatina e etoposídeo. Radioterapia raramente é usada.
O Câncer de ovário avançado geralmente se repete. Assim, após a quimioterapia, geralmente o médico mede os níveis de marcadores de câncer (como o CA125). Níveis de marcadores tumorais que permanecem elevados geralmente indicam que uma parte do tumor permanece.
A quimioterapia será repetida se o câncer reaparecer após a quimioterapia parecer ter sido eficaz. Muitos tipos de medicamentos quimioterápicos ou combinações de medicamentos diferentes podem ser utilizados.
Fonte: Por The Manual’s Editorial Staff traduzido por Momento Saúde