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Problemas de visão sinal precoce de Alzheimer

Um novo estudo observa que distúrbios visuais estranhos ocorrem no início de cerca de 10% dos casos de Alzheimer e, quando isso acontece, quase sempre sinalizam a chegada iminente da doença.

O quadro clínico é chamado atrofia cortical posterior (ACP). Envolve uma dificuldade súbita na execução de tarefas relacionadas à visão, por exemplo, escrever, julgar se um objeto está se movendo ou parado ou pegar facilmente um item que caiu. Tarefas cotidianas como essas se tornam difíceis, apesar do fato de o exame de vista da pessoa estar normal.

“Precisamos de mais conscientização sobre a ACP para que ela possa ser identificada pelos médicos”, disse a coautora líder do estudo Marianne Chapleau, do departamento de neurologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

“A maioria dos pacientes consulta seu optometrista quando começa a apresentar sintomas visuais e pode ser encaminhada a um oftalmologista que também pode não reconhecer a ACP”, disse ela em um comunicado à imprensa da UCSF. “Precisamos de ferramentas melhores nos ambientes clínicos para identificar esses pacientes precocemente e obter tratamento para eles.” 

Para determinar o quanto a ACP pode ser preditiva de demência, a equipe de Chapleau analisou dados de mais de 1.000 pacientes em 36 centros em 16 países. A ACP tendeu a emergir em uma idade bastante jovem: 59, em média.

Os pacientes com ACP muitas vezes não conseguiram copiar com precisão diagramas simples, apresentaram problemas para medir a localização de um objeto ou dificuldade para perceber visualmente mais de um objeto por vez, mostrou a pesquisa. As habilidades matemáticas e de leitura também começaram a falhar.

Em 94% dos casos, as pessoas que apresentaram ACP desenvolveram a doença de Alzheimer, observou a equipe da UCSF. Os 6% restantes desenvolveram outras demências, como doença de corpos de Lewy ou degeneração lobar frontotemporal.

Os pesquisadores destacaram que isso é muito mais preditivo de demência do que um quadro clínico como perda de memória: apenas 70% das pessoas com falha de memória desenvolvem demência, disseram eles.

Muitas pessoas podem não mostrar problemas cognitivos quando atingidas pela primeira vez com ACP, mas o estudo descobriu que, cerca de quatro anos depois, déficits leves ou moderados de memória, função executiva, comportamento, fala e linguagem se tornaram evidentes.

Os achados foram publicados em 22 de janeiro no periódico The Lancet Neurology.

Renaud La Joie, também do departamento de neurologia da UCSF e do Memory and Aging Center da universidade, é o primeiro autor do estudo. Ele acredita que, como a ACP normalmente surge anos antes da demência real, ela pode apontar para pacientes que possam ser ajudados por medicamentos para Alzheimer recém‑aprovados.

Alguns desses medicamentos têm como alvo a tau, uma proteína que se acumula no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer.

“Pacientes com ACP têm mais patologia de tau nas partes posteriores do cérebro, envolvidas no processamento de informações visuoespaciais, em comparação com aqueles com outras apresentações de Alzheimer. Isso pode torná-los mais adequados para terapias anti‑tau”, explicou ele.

“É fundamental que os médicos aprendam a reconhecer a síndrome para que os pacientes possam receber o diagnóstico, aconselhamento e cuidados corretos”, acrescentou o autor sênior do estudo, Dr. Gil Rabinovici, que dirige o Alzheimer’s Disease Research Center da UCSF.

“De um ponto de vista científico, realmente precisamos entender por que a doença de Alzheimer tem como alvo especificamente áreas visuais em vez de áreas de memória do cérebro”, acrescentou ele. “Nosso estudo constatou que 60% dos pacientes com ACP eram mulheres – [obter uma] melhor compreensão do motivo pelo qual elas parecem ser mais suscetíveis é uma área importante de pesquisas futuras.”

Mais informações

Saiba mais sobre a doença de Alzheimer na Alzheimer’s Association.

FONTE: Universidade da Califórnia, São Francisco traduzido por Tatiane Puga Lima – Momento Saúde

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