É possível prevenir o câncer com hábitos saudáveis?
O câncer é uma das doenças mais temidas no mundo e, muitas vezes, visto como algo totalmente imprevisível. Entretanto, estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que entre 30% e 50% dos casos de câncer poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida.
Isso significa que escolhas diárias, como manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e evitar o tabagismo, podem ter impacto direto na prevenção da doença. A seguir, vamos entender melhor como o estilo de vida influencia no risco de câncer e quais atitudes podem fazer a diferença.
O que são fatores de risco modificáveis?
Os fatores de risco para o câncer podem ser divididos em dois grandes grupos:
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Não modificáveis: como idade, genética e histórico familiar.
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Modificáveis: relacionados ao comportamento e hábitos de vida.
É nesse segundo grupo que está a maior oportunidade de prevenção. Até quatro em cada dez casos de câncer poderiam ser evitados se as pessoas adotassem hábitos mais saudáveis.
Entre os principais fatores de risco modificáveis, destacam-se:
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Tabagismo
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Alimentação inadequada
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Sedentarismo
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Consumo excessivo de álcool
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Exposição solar sem proteção
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Privação de sono
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Estresse crônico
Atuar sobre esses aspectos não elimina totalmente a possibilidade de desenvolver a doença, mas reduz significativamente o risco.
Tabagismo: principal causa evitável de câncer
O tabaco é responsável por cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão e também está relacionado a outros tipos, como boca e garganta, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga.
O cigarro contém mais de 70 substâncias cancerígenas, e os riscos se estendem inclusive aos fumantes passivos. Parar de fumar é uma das medidas mais eficazes de prevenção, trazendo benefícios quase imediatos ao organismo — a circulação melhora em poucas semanas e, após alguns anos, o risco de câncer reduz significativamente.
Alimentação saudável como aliada na prevenção
Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e fibras está associada a menor risco de vários tipos de câncer, como o de cólon. Por outro lado, o consumo frequente de alimentos ultraprocessados, carnes processadas e excesso de açúcar aumenta a probabilidade da doença.
É recomendado priorizar alimentos frescos e naturais, limitar o consumo de carne vermelha a até 500 g por semana, evitar embutidos como salsicha, bacon e presunto e manter um peso corporal saudável. Pequenas trocas, como substituir refrigerantes por água ou incluir vegetais em todas as refeições, podem gerar impacto positivo a longo prazo.
Sempre priorize também a orientação de um profissional nutricionista para mudança na alimentação!
Exercícios físicos: um remédio natural contra o câncer
O sedentarismo está ligado ao aumento do risco de câncer de mama, cólon e endométrio. A prática regular de atividade física ajuda a regular hormônios, melhorar o sistema imunológico e manter o peso adequado.
A recomendação mínima é de 150 minutos semanais de atividade moderada (como caminhada, dança, bicicleta) ou 75 minutos de exercícios vigorosos (como corrida). O ideal é encontrar uma atividade prazerosa e inseri-la na rotina.
Álcool: quanto menos, melhor
O consumo excessivo de álcool está associado a vários tipos de câncer, como fígado, boca, garganta, esôfago, mama e cólon. A American Cancer Society reforça que não existe um nível de consumo de álcool totalmente seguro — qualquer quantidade pode aumentar o risco.
Reduzir ou eliminar o álcool é uma das formas mais eficazes de prevenção. Para quem tem o hábito, uma boa estratégia é estabelecer limites claros ou substituir a bebida alcoólica por versões sem álcool em ocasiões sociais.
Sol e câncer de pele: como se proteger
O câncer de pele é o mais comum no Brasil. A exposição inadequada ao sol, especialmente entre 10h e 16h, aumenta o risco.
Medidas simples ajudam na proteção:
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Usar filtro solar diariamente, mesmo em dias nublados;
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Reaplicar a cada 2 horas em ambientes externos;
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Usar chapéus, óculos escuros e roupas de proteção;
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Evitar câmaras de bronzeamento artificial, proibidas no Brasil por serem comprovadamente cancerígenas.
Sono e estresse: a importância do equilíbrio
Dormir bem é essencial para a regulação hormonal e a saúde do sistema imunológico. A falta de sono contínua pode favorecer processos inflamatórios ligados ao câncer.
Além disso, o estresse crônico pode levar a comportamentos de risco, como má alimentação, tabagismo ou consumo de álcool. Técnicas de relaxamento, meditação, prática de hobbies e acompanhamento psicológico são aliados importantes para manter a saúde mental em equilíbrio.
Pequenas mudanças, grandes resultados
A prevenção não exige transformações radicais. O mais importante é adotar mudanças sustentáveis e possíveis de manter no dia a dia. Veja algumas atitudes práticas:
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Acrescentar pelo menos 5 porções de frutas e verduras por dia;
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Trocar o elevador pela escada em pequenas distâncias;
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Beber mais água e reduzir refrigerantes e sucos industrializados;
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Estabelecer horários regulares de sono;
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Inserir momentos de lazer e relaxamento na rotina.
Essas pequenas escolhas, quando somadas, têm impacto significativo na redução do risco de câncer.
Estilo de vida saudável não elimina o risco — mas ajuda muito
É importante destacar que adotar hábitos saudáveis não garante imunidade ao câncer. Ainda assim, as evidências científicas mostram que um corpo mais saudável responde melhor aos tratamentos e tem mais chances de recuperação caso a doença se desenvolva. Prevenir é, acima de tudo, investir em qualidade de vida.
Conclusão
O câncer pode parecer uma doença imprevisível, mas até metade dos casos poderia ser evitada com mudanças simples no estilo de vida. Deixar o cigarro, adotar uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, evitar o consumo excessivo de álcool, proteger-se do sol e cuidar do sono e da saúde mental são atitudes poderosas de prevenção.
Mais do que evitar doenças, cuidar do corpo e da mente significa viver com mais energia, disposição e bem-estar!
Fontes:
INCA;
OMS;
Cancer Research UK;
Mayo Clinic;
American Cancer Society;
World Cancer Research Fund.