Dia Mundial da Síndrome de Sjögren: conscientização e cuidados

Livro escrito "Sjogren's Syndrome" em uma mesa de médico + subtítulo

Compartilhe esse artigo:

WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Facebook
Twitter

O que é a Síndrome de Sjögren?

Síndrome de Sjögren é uma doença autoimune crônica que afeta principalmente as glândulas exócrinas, especialmente as responsáveis pela produção de lágrimas e saliva. Como consequência, causa sintomas como olhos e boca secos, mas pode também afetar outros órgãos, como pulmões, rins, fígado, articulações e sistema nervoso.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, essa síndrome acomete mais mulheres do que homens (cerca de 90% dos casos) e geralmente é diagnosticada entre os 40 e 60 anos.

Existem dois tipos principais da condição:

Dia Mundial da Síndrome de Sjögren: 23 de Julho

O Dia Mundial da Síndrome de Sjögren é celebrado em 23 de julho, em homenagem ao nascimento do oftalmologista sueco Henrik Sjögren, que descreveu a doença pela primeira vez na década de 1930. A data tem como objetivo principal aumentar a conscientização, combater o diagnóstico tardio e promover o apoio aos pacientes.

Por que a conscientização é tão importante?

Estima-se que milhares de pessoas convivam com a doença sem diagnóstico, muitas vezes sendo confundida com outras condições como menopausadepressão ou até mesmo ansiedade. A falta de conhecimento, inclusive entre profissionais da saúde, pode atrasar o início do tratamento adequado, comprometendo a qualidade de vida do paciente.

Principais sintomas da Síndrome de Sjögren

Embora os sinais mais comuns sejam secura nos olhos (xeroftalmia) e na boca (xerostomia), a doença pode ter manifestações sistêmicas. Entre os sintomas mais frequentes, estão:

  • Sensação de areia ou ardência nos olhos

  • Dificuldade para engolir alimentos secos

  • Cáries e doenças gengivais frequentes

  • Fadiga intensa

  • Dor nas articulações

  • Inchaço das glândulas salivares

  • Tosse seca persistente

  • Sensibilidade à luz

Cerca de 70% dos pacientes relatam fadiga debilitante, que muitas vezes interfere significativamente na rotina diária.

Diagnóstico e acompanhamento médico

O diagnóstico da Síndrome de Sjögren pode ser complexo e envolver vários exames:

  • Testes oftalmológicos (Schirmer, corantes oculares)

  • Exames de sangue (autoanticorpos, como anti-Ro/SSA e anti-La/SSB)

  • Biópsia de glândula salivar labial

  • Avaliação da produção salivar

É fundamental consultar um reumatologista, o profissional especializado em doenças autoimunes sistêmicas. O diagnóstico precoce permite o início de intervenções que melhoram a evolução da doença e o bem-estar do paciente.

Qualidade de vida com a Síndrome de Sjögren: é possível!

Apesar de não ter cura, a Síndrome de Sjögren pode ser controlada com o tratamento adequado e mudanças no estilo de vida. O objetivo é minimizar os sintomas, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.

Tratamentos disponíveis

O tratamento depende da gravidade e das manifestações da doença em cada paciente. Pode incluir:

  • Lágrimas artificiais e lubrificantes oculares

  • Substitutos salivares e medidas de higiene bucal rigorosa

  • Medicamentos imunossupressores ou moduladores do sistema imune

  • Analgésicos ou anti-inflamatórios para dor nas articulações

  • Medidas não farmacológicas, como umidificadores de ar, hidratação constante e alimentação adaptada

Em casos mais severos, pode ser necessário o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina, corticosteroides ou imunobiológicos.

Estratégias para viver bem com a doença

Viver com a Síndrome de Sjögren requer alguns cuidados no dia a dia, mas com disciplina é possível manter qualidade de vida. Manter-se bem hidratado é essencial, assim como usar colírios e lubrificantes bucais para aliviar a secura nos olhos e na boca. Evitar ambientes secos ou com ar-condicionado forte também ajuda a reduzir o desconforto. Atividades físicas leves, respeitando os limites do corpo, contribuem para o bem-estar e ajudam a lidar com a fadiga.

Além disso, uma alimentação equilibrada, com alimentos que não irritem as mucosas, pode facilitar a digestão e melhorar o conforto oral. O acompanhamento regular com reumatologistas, oftalmologistas e dentistas é fundamental para ajustar o tratamento e prevenir complicações. Com apoio médico, hábitos saudáveis e informação, é possível viver com mais autonomia, conforto e equilíbrio, mesmo diante dos desafios da doença.

Impactos emocionais e suporte psicológico

A Síndrome de Sjögren pode gerar impacto emocional significativo. Lidar com a fadiga constante, dor crônica e limitações sociais pode afetar a autoestima e levar à ansiedade e depressão.

Buscar apoio psicológico e fazer parte de grupos de pacientes, como os promovidos por associações, pode trazer acolhimento e estratégias valiosas de enfrentamento.

Avanços na pesquisa e esperança no futuro

A ciência tem avançado no entendimento da Síndrome de Sjögren. Estudos recentes investigam biomarcadores para diagnóstico mais precoce, terapias-alvo e novos medicamentos imunomoduladores.

Organizações internacionais e entidades brasileiras vêm trabalhando para aumentar a visibilidade da doença, estimular pesquisas e capacitar profissionais de saúde.

A importância da empatia e do conhecimento

Muitas vezes, quem vive com Síndrome de Sjögren sente-se incompreendido. Os sintomas são invisíveis e, por isso, é comum que a sociedade minimize a condição. Por isso, falar sobre a doença é uma forma de combater o preconceito e promover empatia.

O Dia Mundial da Síndrome de Sjögren é um convite à reflexão: quanto mais sabemos, mais podemos acolher. E para quem convive com a doença, a informação é uma ferramenta poderosa de autonomia e esperança.

Considerações finais

A Síndrome de Sjögren é uma condição séria, mas com informação, diagnóstico correto e tratamento adequado, é perfeitamente possível viver com qualidade de vida. Conscientizar sobre a doença é um passo essencial para o diagnóstico precoce, a valorização dos sintomas e o respeito às limitações de quem convive com ela.

Neste 23 de julho, aproveite para compartilhar conhecimento, ouvir quem vive com a síndrome e apoiar campanhas de conscientização. Com empatia e ciência, o caminho é sempre mais leve.

Fontes:
SBR;
Sjögren’s Foundation;
Mayo Clinic;
MedlinePlus;
ABRASJÖGREN.

Compartilhe esse artigo:

WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Facebook
Twitter