Câncer de Cabeça e Pescoço: Entenda Tudo Sobre a Doença
O câncer de cabeça e pescoço compreende uma variedade de tumores malignos que se desenvolvem em estruturas da parte superior do trato aerodigestivo. Isso inclui boca, língua, gengivas, faringe (nasofaringe, orofaringe, hipofaringe), laringe, cavidade nasal, seios da face, tireoide e glândulas salivares.
Esse tipo de câncer é mais frequente em homens acima dos 40 anos e está fortemente ligado a fatores comportamentais como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
Sintomas: o que observar?
Um dos maiores desafios no diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço é que ele costuma ser silencioso nos estágios iniciais. Com o avanço da doença, sinais importantes começam a surgir, veja-os a seguir:
Feridas na boca ou nos lábios que não cicatrizam em 15 dias
Manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengiva ou céu da boca
Nódulo indolor no pescoço, que cresce com o tempo
Rouquidão persistente ou mudança na voz
Dor de garganta crônica, mesmo com antibióticos
Dificuldade para engolir ou respirar
Sangramentos nasais frequentes, principalmente ao acordar
Dor de ouvido ou perda auditiva unilateral
Sensação de algo preso na garganta
Se algum desses sintomas persistir por mais de duas semanas, o ideal é procurar um médico otorrinolaringologista ou um cirurgião de cabeça e pescoço para avaliação da situação.
Principais causas e fatores de risco
Diversos fatores aumentam o risco de desenvolver o câncer de cabeça e pescoço, muitos dos quais são evitáveis. Conheça as principais causas do câncer de cabeça e pescoço:
1. Tabagismo
Fumar cigarros, charutos, cachimbo ou usar narguilé aumenta em até 5 vezes o risco de desenvolver câncer na boca, faringe e laringe.
2. Consumo de álcool
O consumo excessivo e regular de bebidas alcoólicas, especialmente em combinação com o tabaco, potencializa ainda mais o risco.
3. HPV (Papilomavírus Humano)
A infecção pelo HPV, especialmente o tipo 16, está diretamente ligada ao aumento de casos de câncer de orofaringe, inclusive em pessoas jovens e não fumantes.
4. Má higiene bucal
A falta de escovação correta, ausência de uso de fio dental e não ir ao dentista favorecem inflamações crônicas na cavidade oral.
5. Vapes e cigarros eletrônicos
Estudos recentes apontam que os vapes contêm substâncias tóxicas que favorecem alterações celulares, principalmente na mucosa bucal.
6. Fatores genéticos
Pessoas com histórico familiar de câncer de cabeça e pescoço devem redobrar a atenção e manter os exames de rotina em dia.
Como é feito o diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço?
O diagnóstico é uma etapa essencial para garantir um tratamento eficaz. Ele começa com uma avaliação clínica minuciosa, na qual o médico investiga sinais visíveis como lesões na boca, nódulos no pescoço ou alterações na voz. Caso haja suspeita, são solicitados exames complementares, como a endoscopia, que permite a visualização detalhada da cavidade oral e da garganta por meio de uma microcâmera.
Além disso, exames de imagem, como tomografia, ressonância magnética e PET-CT, ajudam a identificar a extensão do tumor, sua localização e se houve comprometimento de outras estruturas. A confirmação definitiva vem por meio da biópsia, em que uma amostra do tecido afetado é retirada para análise laboratorial. A combinação desses métodos permite não só o diagnóstico correto, mas também a definição da melhor estratégia de tratamento, adaptada ao estágio e ao tipo do tumor identificado.
Tratamento: quais são as opções?
Tal tratamento vai depender do tipo, localização e estágio do tumor, além das condições clínicas do paciente.
Principais abordagens:
Cirurgia
Utilizada para remoção do tumor. Pode incluir reconstruções faciais e fonoaudiologia pós-operatória, especialmente em tumores avançados.
Radioterapia
Indica-se quando o tumor não pode ser retirado cirurgicamente ou como terapia adjuvante, para destruir células remanescentes.
Quimioterapia
Empregada isoladamente ou em combinação com a radioterapia. Os medicamentos são usados para atacar células tumorais em crescimento.
Terapias de suporte
Equipes de nutrição, psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia ajudam a manter a qualidade de vida durante e após o tratamento.
Prevenção: o que você pode fazer?
Adotar hábitos saudáveis é a maneira mais eficaz de prevenir o câncer de cabeça e pescoço. Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool está entre as principais medidas, já que essas substâncias estão diretamente associadas ao surgimento da doença. Ter uma boa higiene bucal, escovando os dentes corretamente, utilizando fio dental diariamente e realizando consultas periódicas ao dentista, também é fundamental para reduzir inflamações que podem evoluir para quadros mais graves.
Ademais, a vacinação contra o HPV tem papel importante, especialmente entre adolescentes, já que o vírus está relacionado a tumores na orofaringe. O uso de preservativo em todas as formas de relação sexual, inclusive oral, também ajuda a reduzir o risco de infecção pelo HPV. Somar esses cuidados com visitas regulares ao médico e atenção a qualquer sintoma anormal pode fazer toda a diferença na prevenção e detecção precoce da doença.
Câncer de cabeça e pescoço tem cura?
Sim, quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de cura. Os tumores detectados no estágio inicial têm índices de cura superiores a 80%. Por isso, caso tenha recebido um diagnóstico dessa doença, não precisa se desesperar, existem meio eficazes comprovados que vão te ajudar a ter uma vida normal.
A atenção aos sintomas e a prevenção são as melhores armas contra a doença. Em casos mais avançados, os tratamentos visam controlar o câncer, melhorar a qualidade de vida e evitar complicações.
Considerações finais
O câncer de cabeça e pescoço é um problema de saúde pública no Brasil, mas que pode ser prevenido e tratado com sucesso, desde que identificado precocemente. Adotar hábitos saudáveis, estar atento a sinais do corpo e realizar exames de rotina são atitudes essenciais.
Além disso, é fundamental procurar atendimento especializado diante de qualquer sintoma persistente. O cuidado multidisciplinar — envolvendo médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e psicólogos — faz toda a diferença no sucesso do tratamento e na reabilitação.
Fontes:
INCA;
Ministério da Saúde;
Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço;
Hospital Albert Einstein.