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Visão geral das infecções fúngicas

Infecções fúngicas costumam ser classificadas como:

  • Oportunista
  • Primária

As oportunistas são as que se desenvolvem principalmente em hospedeiros imuno comprometidos; as infecções primárias podem se desenvolver em hospedeiros imuno competentes.

  • Sistêmico
  • Locais

Infecções fúngicas locais tipicamente envolvem a pele (  dermatofitoses), boca (causando estomatite) e/ou vagina (causando vaginite por Candida) e podem ocorrer em hospedeiros normais ou imuno comprometidos.

 

Infecções fúngicas oportunistas

Muitos fungos são oportunistas e não são geralmente patogênicos, exceto em um hospedeiro comprometido. Causas de imunidade comprometida incluem aids, azotemia, diabetes melito, linfoma, leucemia, outras neoplasias hematológicas, queimaduras e terapia com corticoides, imunossupressores, ou antimetabólitos.

Os pacientes que passam muitos dias na unidade de terapia intensiva podem ser comprometidos por causa dos procedimentos médicos, de distúrbios indeterminados e/ou da desnutrição.

Típicas infecções fúngicas sistêmicas oportunistas (micoses) incluem:

Micoses sistêmicas que afetam gravemente pacientes imuno comprometidos com frequência têm apresentações agudas com pneumonias rapidamente progressivas, fungemia, ou manifestações de disseminação extrapulmonar.

Infecções fúngicas primárias

Infecções fúngicas primárias normalmente resultam da inalação de esporos, que podem provocar pneumonia localizada como a primeira manifestação da infecção.

Em pacientes imuno competentes, micoses sistêmicas tipicamente apresentam um curso crônico; micoses disseminadas com pneumonia e sepse são raras e, caso se desenvolvam lesões pulmonares, estas geralmente progridem de maneira lenta.

Meses ou anos podem decorrer antes que um serviço médico seja procurado ou um diagnóstico seja feito. Os sintomas raramente são intensos em tais micoses crônicas, mas febre, calafrios, suores noturnos, anorexia, perda ponderal, mal-estar e depressão podem ocorrer. Diversos órgãos podem ser infectados, provocando sintomas e disfunção.

Infecções fúngicas primárias podem ter uma distribuição geográfica característica, o que é especialmente verdade no caso das micoses endêmicas causadas por determinados fungos dimorfos. Por exemplo:

  • Coccidioidomicose: limitada principalmente ao sudoeste dos EUA, Washington, norte do México e Américas Central e do Sul
  • Histoplasmose: ocorre principalmente no leste e no meio-oeste dos EUA e em regiões das Américas Central e do Sul, África, Ásia e Austrália
  • Blastomicose: restringe-se à América do Norte e à África
  • Paracoccidioidomicose (anteriormente, blastomicose sul-americana): limita-se à América do Sul

 

Porém, viajantes podem manifestar a doença a qualquer momento após retornarem de áreas endêmicas.

Quando um fungo se dissemina de um foco primário no pulmão, as manifestações podem ser características, como por exemplo:

  • Criptococose: normalmente se apresenta como uma meningite crônica
  • Histoplasmose disseminada progressiva: envolvimento generalizado do sistema reticuloendotelial (fígado, baço, medula óssea)
  • Blastomicose: lesões cutâneas únicas ou múltiplas ou comprometimento do sistema nervoso central, ossos ou próstata
  • Coccidioidomicose: infecções ósseas e articulares, lesões cutâneas e meningite

Diagnóstico

Culturas e colorações

Histopatologia

Testes sorológicos (principalmente para AspergillusBlastomycesCandidaCoccidioidesCryptococcus, e Histoplasma)

Diagnóstico molecular

Se os médicos suspeitarem de uma infecção fúngica primária aguda ou crônica, devem obter uma história detalhada de viagem e moradia a fim de determinar se os pacientes foram expostos a certas micoses endêmicas, talvez anos antes.

Infecções fúngicas pulmonares devem ser diferenciadas de tumores e pneumonias crônicas causados por microrganismos não fúngicos como micobactérias (incuindo tuberculose). Amostras são obtidas para cultura e histopatologia de fungos e micobactérias. Amostras de escarros podem ser adequadas, mas ocasionalmente podem ser necessárias lavagem broncoalveolar, biópsia transtorácica por agulha, ou até cirurgia para se obter uma amostra aceitável.

Infecções fúngicas são imediatamente reconhecidas pela aparência histopatológica. Porém, a identificação dos microrganismos específicos pode ser difícil e geralmente requer cultura fúngica. O significado clínico de culturas positivas de escarro pode não ser evidente se mostrarem microrganismos comensais (p. ex., Candida albicans) ou aqueles predominantes no ambiente (p. ex., Aspergillus spp). Portanto, outras evidências (p. ex., fatores do hospedeiro como imunossupressão, evidências sorológicas, invasão de tecidos) podem ser necessárias para ajudar a estabelecer um diagnóstico.

Testes sorológicos podem ser usados no caso de muitas micoses sistêmicas se histopatologia e cultura forem indisponíveis ou não reveladas, embora poucos diagnósticos definitivos sejam obtidos. Ensaios particularmente úteis incluem:

  • Aqueles que medem produtos antigênicos de microrganismos específicos, mais notavelmente Cryptococcus neoformansHistoplasma capsulatum e Aspergillus spp (observou-se reatividade cruzada ocasional com outros fungos em cada um desses testes serológicos)
  • Betaglicano sérico, que muitas vezes é positivo na candidíase invasiva, bem como nas infecções por Pneumocystis jirovecii
  • Reações de fixação complementar para anticorpos anticoccidioides são satisfatoriamente específicos e não requerem prova de níveis de ascensão (títulos altos confirmam o diagnóstico e indicam alto risco de disseminação extrapulmonar)

A maioria dos outros testes para anticorpos antifúngicos possui baixa sensibilidade e/ou especificidade, não sendo úteis para orientar a terapia inicial, uma vez que a medida dos títulos agudos e convalescentes é necessária.

Diagnósticos moleculares são novas ferramentas úteis para identificar componentes moleculares de certas infecções fúngicas. Os testes aprovados pela FDA incluem sondas de DNA que usam amostras de cultura para identificar HistoplasmaBlastomyces e Coccidioides e reação em cadeia da polimerase ou testes de hibridação de DNA que usam amostras de hemocultura para identificar Candida. Espectrometria de massa por ionização e dessorção a laser assistida por matriz:tempo de voo (MALDI-TOF) realizada nas amostras de cultura também pode ser feita para identificar espécies de Candida.

Fonte: Por Sanjay G. Revankar, MD, Wayne State University School of Medicine traduzido por Momento Saúde

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